segunda-feira, 20 de maio de 2013


30/11/2012 às 21h43

ACS luta por promoções de militares vítimas do césio 137


Desde o início do ano passado a Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar do Estado de Goiás, por meio do seu presidente, sargento Gilberto Cândido de Lima, e toda a diretoria lutam incansavelmente pelas promoções dos praças e oficiais vítimas diretas do maior acidente com o césio 137 ocorrido em área urbana no mundo. Os militares foram os “guardiões” dos locais e de parte do material radioativo que provocou várias mortes e deixou centenas de pessoas contaminadas que até hoje sofrem com problemas de saúde.
Apesar de já receberem pensão especial, os militares têm direito a promoções por atos de bravura. Projeto nesse sentido está na Casa Civil, mas o governo não agiliza sua tramitação para o mesmo ser encaminhado à Assembleia Legislativa para ser apreciado e votado pelos parlamentares. O presidente da ACS lembra que no Poder Legislativo será travado mais um momento de luta em defesa dos militares vítimas do césio até a aprovação da matéria.
Gilberto Cândido acrescenta que as promoções vão beneficiar mais de duzentos e cinquenta militares da ativa e da reserva remunerada. Um soldado que atualmente recebe R$ 3.283,00 terá um soldo de R$ 3.594,00. “Parece pouco, mas isso vai significar muito para esses heróis da PM goiana que se expuseram a um risco gigantesco para proteger a sociedade”, justifica Gilberto Cândido, que pede pressa ao governo do Estado para atender o direito desses militares.

O acidente
O acidente com o césio 137 atingiu Goiânia a partir de 13 de setembro de 1987, quando uma cápsula com 19 gramas do elemento radioativo foi aberta em um ferro-velho. Quatro pessoas morreram no mês seguinte devido à exposição aguda à radiação. Este é o número oficial de mortes considerado pela Secretaria da Saúde do Estado de Goiás, que tem hoje 943 vítimas cadastradas para receber acompanhamento no Centro de Assistência aos
Radioacidentados Leide das Neves Ferreira (fundado no ano seguinte para atender a população afetada).
Mas a Associação de Vítimas do Césio 137 estima que o acidente tenha causado 81 mortes, e contaminado ou irradiado outras 1,5 mil pessoas – incluindo militares, bombeiros e profissionais de saúde que entraram em cena para remediar o acidente. Segundo a Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), os 19 gramas de material radioativo geraram 6 mil toneladas de lixo atômico, volume composto por casas demolidas, roupas, móveis, carros e objetos contaminados. O episódio ocorreu no ano seguinte ao acidente de Chernobyl, quando a tragédia nuclear estava fresca na memória nacional. O caso não teve relação com uma usina nuclear, como na Ucrânia, e sim com o abandono de um aparelho radioterapêutico que continha o material radioativo.

(Sargento Gilberto Cândido de Lima, presidente da Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar do Estado de Goiás).

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