terça-feira, 25 de junho de 2013

manifestação popular pacífica em Salvador - Brasil

Ato em Salvador lembra vítimas do acidente com o césio-137

Notícia - 9 - set - 2007
Manifestação realizada pelo Greenpeace, GAMBA e Instituto Paulo Jackson na semana do 20º aniversário da tragédia aponta os riscos da energia nuclear.
Ato promovido pelo Greenpeace em memória das vítimas do acidente radioativo com o césio-137, no centro de Salvador, reuniu cerca de 40 manifestantes.
Ativistas vestidos de preto promoveram nesta segunda-feira, em Salvador, um ato em memória das vítimas do acidente radioativo com o césio-137. A manifestação reuniu cerca de 40 pessoas e foi realizada na Praça Municipal do centro histórico da capital baiana. Os ativistas deitaram no chão enquanto uma pessoa disfarçada de morte representava os riscos da energia nuclear. A morte simbólica foi uma maneira de lembrar os mais de 60 mortos e as milhares de pessoas afetadas pelo acidente com as cápsulas radioativas de césio-137 em Goiânia, que completa 20 anos esta semana. O ato foi iniciativa do Greenpeace, GAMBA e Associação Movimento Paulo Jackson Ética, Justiça e Cidadania, e contou com a participação de Suely Lima de Moraes Silva, representando a Associação das Vítimas do Césio 137 (AVICÉSIO).
Representantes das comunidades afetadas pela mineração de urânio nomunicípio baiano de Caetité também participaram do ato. O urânio, apóspassar por um processo de enriquecimento para aumentar suaconcentração, é utilizado como combustível em usinas nucleares como as de Angra 1 e 2. Caetitéé a única unidade produtora de urânio no Brasil hoje e as operações daINB (Indústrias Nucleares do Brasil) já foram alvo de multas eautuações por parte do IBAMA. Segundo o relatório da Câmara dosDeputados, a mina de Caetité opera há cinco anos apenas com licençaprovisória por incapacidade de cumprir os requisitos para obtenção delicença permanente. Vale ressaltar que a controladora da INB éjustamente a CNEN.
"Adecisão de construir Angra 3 e retomar o Programa Nuclear Brasileiro éainda mais preocupante para os baianos, que sabem das ilegalidades,insegurança, negligência e imperícia técnica que caracterizam asatividades de extração e beneficiamento de urânio em Caetité (BA)",afirmou Zoraide Vilasboas, coordenadora da Associação Movimento PauloJackson - Ética, Justiça e Cidadania. "Sindicatos, organizações emovimentos sociais e populares exigem a implantação com urgência de umapolítica de fiscalização e controle para a exploração de urânio noestado e no país", completou.
TRAGÉDIA EM GOIÂNIA
Até hoje, a tragédia de Goiânia em 1987 é considerada o pior acidente radioativo em área urbana da história. Uma cápsula com cerca de 19 gramas do césio-137 foi descoberta por dois catadores e, depois de aberta, contaminou mais de 6 mil pessoas - dos familiares dos catadores a policiais, bombeiros e responsáveis pelo transporte do material - além de gerar 20 toneladas de lixo radioativo.
O acidente de Goiânia expôs a incapacidade do governo federal em garantir a segurança das instalações nucleares no Brasil. Essa incapacidade foi mais recentemente detalhada pelo relatório da Câmara dos Deputados "Fiscalização e Segurança Nuclear", publicado em 2006. O documento aponta diversas falhas na estrutura de controle das atividades nucleares no Brasil tais como a ambigüidade de funções da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), que acumula os papéis de fomento, pesquisa e fiscalização das atividades nucleares do país.
"O governo brasileiro não tem capacidade de garantir a segurança das instalações nucleares que já existem e, mesmo assim, decidiu investir mais R$ 7 bilhões na construção da usina nuclear Angra 3. Os enormes riscos e os altos custos envolvidos tornam este projeto inaceitável", disse Ricardo Baitelo, da campanha de energia do Greenpeace.
As entidades promotoras do ato em Salvador afirmam que o 20º aniversário da tragédia de Goiânia serve como um momento de reflexão para a sociedade brasileira. "Agora que o governo federal anuncia a retomada do programa nuclear brasileiro, a sociedade deve se mobilizar e deixar claro que não quer conviver com mais este risco", afirmou Renato Cunha, do GAMBA.
Para saber um pouco mais sobre a história do acidente e participar daciberação contra a retomada do programa nuclear brasileiro (e aconseqüente construção da usina de Angra 3), clique aqui.
GREENPEACE - BRASIL.

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