quinta-feira, 28 de maio de 2009

FONTE: JORNAL DIÁRIO DA MANHÃ

3 mil vítimas irão receber pensão
Atingidos direta e indiretamente terão aposentadoria especial. Benefício de R$ 319 passará para R$ 750
09/05/2008
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Carlos Costa


seleção - Odesson Alves, da Associação das Vítimas do Césio, não concordou com o critério de seleção dos beneficiadosCerca de três mil pessoas que tiveram contato com a radiação nuclear do césio 137 poderão ser beneficiadas ainda este ano com pensão vitalícia. O Senado aprovou ontem por unanimidade projeto de lei da Câmara (PLC) que estende aposentadoria especial às vítimas atingidas direta e indiretamente pelo segundo maior acidente radioativo do mundo, ocorrido em setembro de 1986 em Goiânia. A principal modificação do documento é um substitutivo da senadora goiana Lúcia Vânia (PSDB) que corrige o salário atual de R$ 319 para R$ 750. Um reajuste acima de 100% no valor do benefício pago atualmente pelo governo federal. O projeto já beneficia policiais civis e militares, além de servidores públicos, principalmente do extinto Crisa, que trabalharam durante a recuperação do desastre nuclear. Serão contemplados com esse benefício indivíduos que apresentaram por mais de duas décadas incapacidade parcial ou total para o trabalho. Segundo Lúcia Vânia, os que estão na fila de espera deverão ser avaliados para comprovar doenças que acometem ou deixaram seqüelas nas vítimas em conseqüência da exposição ao césio. Quase cinco anos depois de ser apresentado na Câmara Federal, o projeto de autoria do deputado por Goiás Sandes Júnior (PP) volta à mesma Casa para ser apreciado. Lúcia Vânia está otimista e diz que o presidente Lula deve sancionar o PLC tão logo tenha parecer favorável da Câmara dos Deputados. O projeto anterior não dava prêmio a todos que trabalharam no acidente. “Com essa emenda, queremos justiça”, afirma a senadora. De acordo com a Associação das Vítimas do Césio 137, hoje cerca de 400 pessoas recebem salários pelos serviços prestados àquela época. O presidente da entidade, Odesson Alves Ferreira, 53, diz que a aprovação é bem-vinda, porém não concorda com o critério de seleção. “Existem algumas pessoas que não têm como provar essa dosagem de radiação que lhes causou incapacidade.”O projeto menciona que terá direito ao benefício quem tenha sofrido irradiação ou contaminação em doses superiores a 50 Rads, ou descendentes de famílias afetadas que nasceram com alguma anomalia em decorrência da exposição. O projeto deve ser analisado na próxima semana pela Câmara dos Deputados. Se aprovado, o presidente Lula tem 15 dias para vetá-lo ou sancioná-lo.

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